Sabe quando o tempo fica curto de repente? Ficamos mergulhados, fazendo algo que nos envolve e perdemos a noção do tempo. Às vezes deixamos de notar que estávamos com fome, ou que nossas costas doíam por ficar sentado durante tanto tempo, ou que precisava ir ao banheiro. Parecia que nada mais importava. Nestes momentos estamos experimentando um estado chamado “fluxo”. Estudado veemente pelo Professor Dr. Psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, o fluxo é um estado de intensa absorção e envolvimento com o momento presente. Você fica totalmente imerso no que está fazendo, inteiramente concentrado e alheio a si mesmo, pois a atividade que está sendo desenvolvida é instigante e absorvente, e amplia suas habilidades e sua competência. As pessoas, quando estão em fluxo contam que se sentem fortes e eficazes, alertas, no controle e totalmente sem consciência de si mesmas. Desenvolvem a atividade pelo puro interesse de fazê-las. Daí nasce o processo CRIATIVO DO SER HUMANO.
Descobri algo importante na produção em “fluxo”, tão logo completamos a atividade de realização, perdemos o interesse por aquilo. Mas não estamos sozinhos, é motivo de estudos este desinteresse pela conclusão e muito valioso para o mundo, é a obra prima. O pensamento criativo nasce do vazio!
Para as experiências em “fluxo” a jornada é mais importante do que o resultado final. O processo em “fluxo” é dinâmico, pois estamos realizando nosso Darma ou propósito de vida. Nossa dedicação, não envolve dinheiro, pois em qualquer atividade instigante o pensamento está na ARTE da realização. Não consigo ver um pintor realizando seu trabalho e já pensando por quanto vai vender seu quadro.
Vou descrever o fluxo de uma forma bem fácil de entender:
O fluxo é uma experiência que se encaixa exatamente no espaço ideal entre o tédio e a ansiedade. O grande encontro se dá quando estamos justamente nesse espaço perfeito – Acreditem!! podemos extrair o fluxo do que estamos fazendo agora, na empresa, em casa, com os amigos, em nossos pensamentos criativos, na religião, ou seja, no dia-a-dia.
Na verdade, é possível experimentá-lo em quase tudo o que faz, não importa quão monótono ou tedioso possa parecer – esperar o ônibus, trabalhar em uma linha de produção, ouvir uma conferência, na leitura, desde que não envolva tédio ou ansiedade.
O Paradoxo:
Quando experimentamos o fluxo, gostamos tanto daquela atividade, que tendemos a repetí-la exaustivamente. Daí vem o momento de tédio e monótono, houve redução de fluxo, porque essas tarefas já não são estimulantes e exigentes. Para manter o fluxo, temos de nos testar continuamente em atividades cada vez mais desafiadoras. Devemos empregar uma energia mental concentrada, estender nossas habilidades ou encontrar novas oportunidades para empregá-las. Isso é maravilhoso, pois significa que estamos constantemente lutando, crescendo, aprendendo e nos tornando mais competentes, habilidosos e complexos.
Descobrir o fluxo envolve a aptidão para expandir sua mente e corpo até seus limites, esforçar-se para realizar algo difícil, novo ou de valor, e encontrar recompensas no processo de cada momento ou, na verdade, da própria vida.
Estar interessado na mudança das estações é um estado mental mais feliz do que estar desesperadamente apaixonado na primavera. George Santayana
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