Para entendermos nossos negócios precisamos após a discussão anterior sobre o lado psicosocial da inteligência, relembrarmos a nossa história para compreender melhor os acontecimentos atuais.
Durante séculos, a Cidade-Estado de Veneza foi o centro do mundo comercial, ligando a Europa Ocidental ao Império Bizantino e ao resto do mundo conhecido. Depois do Renascimento, as rotas comerciais se deslocaram para o Atlântico e Veneza decaiu como potência marítima. No entanto, durante todo o Século XVIII, Veneza continuou sendo a cidade mais sofisticada da Europa, centro da literatura, da arquitetura e das artes.
Em o Mercador de Veneza o autor se refere ao antigo centro comercial de Rialto em Veneza. Mas o que se percebe, é a antítese da destruição criativa. Veneza existe para conservar e valorizar o passado – não para criar o futuro. Pois não é possível fazer a seguinte pergunta: Qual será o valor agregado produzido nesta cidade?
A popularidade de cidades históricas no mundo inteiro, assim como Veneza , representa um dos pólos de um conflito da nossa natureza humana: a luta entre o desejo de aumentar o bem-estar material e o desejo de rejeitar a mudança e o estresse dela decorrentes. Podemos fazer um teste simples, perguntando a nós mesmos. Em qual cidade gostaríamos de passar uma lua-de-mel, na cidade de São Paulo ou Veneza ou outra cidade histórica?Claro que a maioria das respostas, será Veneza. Mas se falamos de negócios pensamos logo em São Paulo. Pretendo visitar Veneza, mas desde já sinto que, seria muito diferente ir a um concerto de Vivaldi com instrumentos barrocos em São Paulo e em Veneza. Com toda certeza eu iria desfrutar com maior intensidade em Veneza.
Sempre buscamos a evolução como seres humanos, em A Riqueza das Nações, as pessoas já se perguntavam qual seria o caminho mais curto e mais direto para prosperidade em um novo mundo. Começamos discutir o papel do Estado em uma nação. A partir deste momento, o que mantém a prosperidade de um país é a flexibilidade e direito de propriedade, os mercados competitivos passam a ser livres para promover seus próprios ajustes, os participantes do mercado passam a ter liberdade para alocar a propriedade da maneira que lhes parecer mais adequada. As idéias de alocação de recursos livremente em negócios, passam a determinar e predeterminar como o Estado agirá, e tudo indica que sobrará a este a incumbência de assegurar ao povo o direito à educação, saúde e segurança pública. Mas os subsídios, sejam eles quais forem, devem ser banidos de um governo, pois solapam o poder criativo de mercado.
Da acumulação de riquezas do Império Romano passando pelo Mercantilismo à industrialização, a espécie humana viveu a necessidade extrema da acumulação de riqueza baseado nos instintos selvagens dos antepassados, onde lutar ou correr para sobreviver, fossem os únicos caminhos a seguir.
Hoje falamos em criação de riqueza e assunção de riscos. Não temos certeza de que seremos bem-sucedidos em nossas ações para adquirir alimentos, roupas e abrigo, por exemplo. Porém, quanto maior for nossa confiança nas pessoas com quem transacionamos, maior será a acumulação de riqueza. Tanto é verdade que na era que vivemos o da informação, sabemos que empresas possuem ativos intangíveis em seus balanços patrimoniais. Como exemplo, papéis nas bolsas de valores que por sua vez perfazem fatores importantes na estimativa do valor de mercado das empresas.
O que eu encontro de melhor nos seres humanos da era da informação, é o esforço natural de todos os indivíduos para melhorar as próprias condições,quando exercido com liberdade e segurança, sem um poder central tanto de governo, presidente, diretor, gerente e supervisor. Esta liberdade é tão poderosa que, apenas esse fator, sem a contribuição de qualquer outro, é capaz de levar a sociedade à riqueza e à prosperidade. As leis devem ser seguidas, mas que permitam que os homens sejam livres para seguir seus interesses próprios, à sua maneira. A competição é o ponto crítico importante, pois motiva cada indivíduo a tornar-se mais produtivo, em geral por meio de especialização e da divisão do trabalho. E , quanto maior for a produtividade, maior será a prosperidade. Encontramos uma frase que define bem esta necessidade em A Riqueza das Nações: “Não é pela benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que desfrutamos de nosso jantar, mas pelo zelo com que cuidam de seus interesses próprios”. Ou como Adam Smith disse numa conferência em 1755:”Pouco mais é necessário para erguer um estado, da mais primitiva barbárie até o mais alto grau de opulência, além de paz, de baixos impostos e de boa administração da justiça: todo o resto corre por conta do curso natural das coisas.”
Do modelo de domínios Feudais em que boa parte da produção era auto-suficiente, fez criar condições para a expansão das populações nos séculos XVI e XVII. Porém, a velocidade do crescimento era monótona e devagar. No século XVIII, as grandes massas ainda se dedicavam às mesmas práticas de produção de seus antepassados de muitas gerações anteriores.
No século XIX, passamos a reconhecer que trabalhar com mais inteligência, em vez de apenas com mais afinco, era o caminho para a riqueza. É claro que a versatilidade de mercado na era da informação do século XXI, se choca com o anseio humano por estabilidade, certeza e o medo crônico de perda do emprego. Pois neste século depende de nós mesmos em realizar nosso talento único.
O sucateamento das velhas tecnologias e das velhas maneiras de fazer as coisas para ceder espaço ao novo – é a única maneira de aumentar a produtividade e, portanto, de elevar o padrão de vida de maneira duradoura. Devemos saber que não produz o mesmo efeito a exploração dos recursos naturais, da mesma forma como a permanência em alguns departamentos a presença de máquinas de escrever, disquetes e arquivo em papel na era da digitalização.
Portanto, a felicidade mesmo sendo comprovada cientificamente que 50% é hereditária, 10% é circunstancial; resta-nos 40% de possibilidades para a felicidade que é considerada pela pesquisadora psicóloga norte americana Sonja Lyubomirsky em seu livro A Ciência da Felicidade , como a percentagem que é realmente a faixa de felicidade duradoura. Determinada, sobretudo pela maneira como encaramos nossa vida e nossas realizações em comparação com as de nossos pares. Se aprendermos a utilizar os 40% de acesso à felicidade duradoura, passaríamos com certeza a alimentar valores que realmente valem a pena, deixaríamos a insegurança e o medo desta era, que se concentra na especialização da divisão do trabalho, e o indivíduo passa a criar riqueza pela forma que busca informações mais rápido do que outros.
Nos estudos e buscas constantes descobri que: as pessoas assim como eu, caracteriza por notáveis semelhanças, que, de modo algum, podem ser interpretadas como resultantes de fatores culturais, históricos, lingüísticos ou aleatórios. Todas parecem motivadas pelo anseio inato por auto-estima, que, em grande parte, é produto da necessidade de aprovação pelo próximo. Podem acreditar a compreensão deste fator, faz-nos entender os indivíduos, empresas, estado, país e até mesmo um continente inteiro.
Bem vindos ao mundo dos seres humanos e suas emoções, onde suas ações ainda são baseadas na fuga ou luta para sobreviver como nossos antepassados primitivos.
Esperem a segunda aventura e vamos estudar juntos esta evolução.
Adão Rodrigues Martins
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