GERENCIANDO A SI MESMO

 

    Para sermos grandes realizadores precisamos sempre gerenciar a nós mesmos. Em uma empresa devemos nos colocar onde possamos dar nossa maior contribuição possível, ou seja, ficar mentalmente alertas e empenhados em mudar os rumos quando algo não está indo bem. Nossa maior fraqueza não está em outras pessoas e sim em nós mesmos; quando mentalmente somos levados a cometer alguma auto sabotagem. Como exemplo: permitindo uma compra de equipamentos que por experiência própria sabia que não se aplica naquele momento ou circunstância para o setor da empresa. Mas lá se foi mais uma verba para o espaço, causado por um momento em que foi tomado pelas emoções vilãs. Momentos que deveríamos analisar com cautela e friamente e não emocionalmente. E o mais interessante é que o tempo todo o nosso lado pensante ou racional sabia do que poderia acontecer. Mais uma vez somos levados de volta à época primitiva do ser humano de correr ou lutar para sobreviver, mas não pensar. Existe uma glândula no nosso cérebro chamada amígdala cerebral, que libera noradrenalina e adrenalina responsáveis pelos nossos instintos de defesa. É como sempre falamos: momentos em que “suei frio”.

     Existe uma história que exemplifica bem os nossos instintos, e nos ensina que, diante de uma decisão que envolve investimentos a longo prazo que precisamos fazer.

     Era uma vez um casal muito pobre, que vivia em uma região muito castigada pela seca. Como não tinham filhos, resolveram que o marido viajasse para conseguir trabalho e dinheiro para o sustento da jovem família. Ficou combinado que ele ficaria vários anos longe e que voltaria somente quando tivesse uma pequena fortuna para que tivessem filhos e prosperassem.

      Ele viajou a pé por várias luas, até que chegou a um povoado. Ali havia um homem muito rico que lhe ofertou um trabalho. Mas como ele não tinha lugar para viver; fez um combinado com o Senhor do povoado: que ele trabalhasse por 20 anos e que todos os anos fosse descontado somente os alimentos e moradia, o restante ficasse em poder do Senhor rico, para que no dia do acerto final ele pudesse ter uma pequena fortuna; e assim contou o que deixou em terras muito distantes, mas que pretendia, ao completar os 20 anos retornar para sua terra natal.

     Chegou o grande dia, após passarem longos 20 anos. O patrão como prometido no acordo foi fazer o acerto. Mas antes fez a seguinte proposta: - Posso lhe pagar em moedas de ouro agora mesmo ou dar-lhe 3 conselhos que valerão para o resto de sua vida.

     O homem agricultor que almejava as moedas de ouro, pensou muito e decidiu ficar com os 3 conselhos, pois deveriam ser muito valiosos para serem ofertados em lugar das moedas de ouro.

     O primeiro conselho: o grande Senhor rico disse-lhe, seja qual for seu caminho siga sempre seu instinto e analise com cuidado e calma cada opinião alheia para tomar uma decisão, caso não tenha muito tempo siga sua intuição pois nela está sua experiência de vida.

Este primeiro conselho foi muito útil em na sua caminhada de volta pra casa. Chegando em uma encruzilhada, o caminho que conhecia era longo e o outro era desconhecido, mas alguns viajantes disseram-lhe que o tal caminho desconhecido era muito mais curto e iria economizar quase um mês de viajem. Mas neste momento ele lembrou do primeiro conselho, e resolveu ir pelo caminho longo porém conhecido. E não deu outra, logo a frente descobriu que no outro caminho havia uma emboscada de assaltantes que roubavam viajantes. Ufa!!

     O segundo conselho era intrigante e ele pensou que nunca iria usar. Pois o referido conselho dizia que: se na vida encontrasse algo por demais estranho e que não dizia respeito a ele, por mil vezes não se envolvesse, assim conservaria sua vida.

Na sua caminhada, já cansado, precisava lavar as roupas e descansar. Chegou em uma hospedaria na beira da estrada. O proprietário lhe disse que não havia quartos, pois havia um grupo de homens que ocuparam todos os quartos. Mas penalizado pelo estado do homem, cansado e sujo, deixou-o ficar no quarto dos fundos que estava em reforma. Já era tarde da noite, quando acordou assustado com um grande barulho de brigas e tiros do lado de fora. Já estava quase abrindo a porta, quando se lembrou do segundo conselho para não envolver-se com algo que não fosse do seu  interesse. Quando amanheceu o dia, abriu a porta e encontrou a maior desordem que jamais havia visto. Homens mortos por toda a parte, e a polícia do lugar dando-lhe os parabéns por estar vivo. Pois ali aconteceu o encontro de dois grupos rivais causando aquele massacre. Ufa!! mais uma vez os conselhos salvaram sua vida.

     Prosseguiu sua viagem com o único conselho que restou e vários pães que o Homem rico deu para somente comer quando chegasse junto à sua família.

     O terceiro conselho era o mais importante de todos, dizia o seguinte: Este conselho foi dado por um grande sábio. É o mais importante, pois este; diferente dos outros dois, salva não só sua própria vida, como a vida de terceiros. Antes de qualquer decisão difícil na vida e que você não está acompanhando, não resolva no mesmo dia, pare e pense muito, mesmo que leve várias noites para tomar uma decisão. Pois este conselho pode valer sua vida e a de terceiros.

Já estava a alguns metros de sua casa, com grande saudade de sua esposa, quando de longe a viu, mas estava acompanhada por um rapaz bem mais jovem e bonito. Seu coração bateu mais forte e sentiu um grande ciúme, e sua mente foi invadida por raiva e ódio; por ter sido traído por sua mulher com aquele rapaz. O combinado foi que esperasse ele voltar para assim construírem uma família. Mas quando estava prestes a cometer uma loucura contra os dois, antes mesmo de entrar pela porteira e ser visto pelo casal, que estava na varanda da casa, veio de súbito na mente o terceiro conselho. Resolveu voltar e passar uma noite  longe dali e pensar melhor no conselho. Pensou bastante e no outro dia cedo, resolveu que conversar com sua esposa seria a melhor solução. Chegando em casa e agora visto pela sua esposa, esta ficou muito feliz, gritava de alegria e foi então que chamou o rapaz ao seu lado e disse: – Meu marido este é nosso filho. Quando você saiu eu estava grávida e não sabíamos, hoje ele é um rapaz; que a muito espera sua chegada. E o agricultor chorou de alegria e alívio.

     Na confraternização de sua chegada, foram chamados os seus parentes, mas como continuavam sem muitos alimentos, o agricultor lembrou-se então dos pães que o rico fazendeiro distante lhe havia  entregue, para que somente fossem consumidos quando estivesse reunido com sua família. Para sua grande surpresa ao abrir o pacote com os pães e parti-los, estes estavam recheados com todas as moedas de ouro que havia ganhado ao longo dos 20 anos de trabalho.

 

     A maioria das pessoas pensam que sabem o que faz de melhor, normalmente elas estão erradas. Na maioria das vezes, as pessoas sabem aquilo em que elas não são boas; e mesmo assim a maioria das pessoas estão erradas. E no entanto, uma pessoa só pode ter um bom desempenho com base na força; não se pode construir desempenho com fraquezas, muito menos em algo que não se pode fazer.

     Descubra onde sua arrogância intelectual está provocando uma ignorância que incapacita você e supere isso.

                                                          Adão Rodrigues Martins

                                                          Um caminhante da vida